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O Portal
Eis que surgiu um gigante portal em forma de roda-moinho d’água. A imensa caverna que antes estava escura, agora estava clara e tomada por completo pela água. Quase toda inundada, abriu-se um imenso vórtice com um grande olho e, de dentro dele, Adelline foi arremessada de encontro ao chão antes que o vórtice voltasse a se fechar; logo ao seu lado, percebeu que todos os que se encontravam com ela também estavam ali. Como veio, se foi. A água sumiu e toda a câmara voltou a ficar seca e escura. Na escuridão e desacordada, só ouviu o eco da voz de Luby soar chamando:
— Adelline, Bell, Heron! Aonde estão vocês?
— Aqui Luby! — respondeu Bell.
E, tateando pelo espaço escuro, chegando até a perder seu sapatinho por causa de um tropeção, Luby procurava Adelline. Ainda assim, continuou a chamar por seus amigos:
— Guarda-chuvinha Bell, coloque essas asinhas ilumi-nadas de fada de que tanto se gaba para funcionar! Bell, luz, agora!
— Calma, estou toda molhada; estou tentando me acen-der, mas está difícil!
Luby e Bell estavam bem próximos; um de costas para o outro e sequer desconfiavam disso.
— Use suas varetas e esfregue-as umas nas outras para fazer faísca. Rápido!
Ouviu-se então uma risada sarcástica escapar.
— Está pensando que eu sou uma pederneira?
No escuro, foi possível ouvir um tique-tique e tudo ficou claro.
— Luby, consegui! — disse Bell
— Não falei que essas varetas iriam servir de pedernei-ras? — ironizou.
Silêncio total. Todos com olhos estatelados, estáticos e paralisados; boquiabertos, olhavam ao redor e ficaram ma-ravilhados e incrédulos com o que viam.
Iluminado como um campo de futebol, resultado de toda a força da fadinha guarda-chuvinha, a imensa caverna reluzia um amarelo até onde os olhos conseguiam enxergar; mas, mesmo assim, apesar da escuridão, perceberam que se encontravam em uma imensa câmara de puro ouro, monta-nhas de pedras preciosas, tesouros, arcas repletas de joias, esmeraldas e tudo que era objeto precioso, espalhados por todos os lados. Tudo brilhava. Eram tantas joias e pepitas preciosas que pareciam brotar do chão e cair do alto da caverna incessantemente.
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